20 Os estudantes, com o estímulo à sua autonomia e iniciativa, tinham uma ativa vida social e cultural: publicavam seus próprios jornais e revistas, entre os quais O Liceu ou a revista Rio Branco; mantinham uma Associação Escolar para representá-los e promover diversas atividades culturais e sociais; participavam de competições e estavam atentos ao que acontecia à sua volta, na cidade, no Estado, no país e no mundo. As características diferenciadas e avançadas do Colégio são destacadas pela ex-ministra da Educação Esther de Figueiredo Ferraz, em discurso proferido em sua posse na Academia Paulista de Educação no final dos anos 1990. Ela rememorou sua passagem pelo Rio Branco como aluna nessa época, descrevendo-o como “uma escola diferente, onde professores e alunos se deixavam contagiar por um clima de vibração, de entusiasmo, de renovação, de criatividade, de liberdade aliada à responsabilidade, tudo isso preparando para a vida real pela própria vida aí vivida, como então pontificavam os adeptos da então chamada Escola Nova”. Estando o projeto de uma escola inovadora consolidado e reconhecido, os anos 1930 foram de grandes progressos para o Rio Branco, finalizando com a criação, em 1939, da Faculdade Paulista de Direito, que funcionava à noite nas mesmas instalações do Colégio. Foi uma iniciativa de duração efêmera, sendo descontinuada no ano seguinte, com a transferência dos alunos para a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. O insucesso nessa iniciativa pode ser encarado como um presságio das dificuldades que viriam nos anos seguintes. Reformas no ensino impostas pelo governo, aliadas a medidas que impunham restrições à autonomia em estabelecer salários e valores de mensalidades, trouxeram sérios problemas ao Colégio, nos âmbitos pedagógico, administrativo e financeiro. A saída de alguns dos fundadores para se dedicar a outras atividades – em outras instituições educacionais ou no Ministério da Educação – foi outra importante perda. O intervencionismo governamental levou, inclusive, à necessidade de mudança do nome da instituição, uma vez que o uso do termo “Nacional” foi proibido para escolas particulares. Primeiramente, passou a se chamar Liceu Rio Branco e, pouco depois, foi adotada a denominação Colégio Rio Branco. Sampaio Dória comandava a escola nesse momento, com o afasta
Livro Comemorativo dos 70 anos da Fundação de Rotarianos de São Paulo - Uma história de ideias e ideais
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