28/03/2016

Ex-aluna conta como era o Rio Branco na década de 1920

Neste ano, o Colégio Rio Branco completa 90 anos de história. No início, era conhecido como Liceu Nacional Rio Branco, passando a ser Liceu Rio Branco e, há 70 anos, Colégio Rio Branco. Para relembrar um pouco dessa história, Brígida Abud Cury, de 103 anos, conta como foi ser aluna da segunda turma da escola.

No ano de 1926, Brígida veio de Laranjal Paulista, interior de São Paulo, sua cidade natal, para estudar na capital, e no ano seguinte foi a primeira aluna a entrar no Internato Feminino no Rio Branco. Para ingressar no Rio Branco, era preciso realizar um exame e o sistema de ensino era muito diferente, os alunos estudavam o ano todo e só no final passavam por uma banca avaliadora.

“Durante todo o ano eu estudava muito. Voltava para minha casa para ver minha família, apenas durante as férias de junho e no final do ano. Naquela época, nós tínhamos muitas disciplinas que, hoje em dia, os jovens não têm, como francês, latim, cosmografia, instrução moral e cívica, entre outras”, contou a ex-aluna.

A ex-aluna Abrígida Abud Cury com a filha Yara Chicani

Em 1931, Brígida conclui seus estudos e viu o sistema de ensino de exames parcelados acabarem, surgindo o novo sistema de ensino médio ou seriado e, com ele, uma nova lei que beneficiou os alunos que haviam estudado no antigo sistema.

Brígida contou que, estudando por mais um ano apenas em disciplinas, como Pedagogia, Didática e História do Brasil, o jovem poderia se formar como professor, e ela aproveitou a oportunidade. “Trabalhei por seis meses como professora auxiliar, logo em seguida me casei e tive minha filha Yara”, contou.

A ex-aluna falou, com muito amor e saudade, sobre seus anos de estudo no Rio Branco, dos professores, diretores, colegas e histórias vividas naquela época. A eterna riobranquina relembrou os primeiros anos da escola e as mudanças pelas quais a educação e a instituição passaram. “Tudo o que o Rio Branco ensina, a lição de vida, de respeito ao próximo, o compromisso com as outras pessoas, fica para toda a vida”, destacou.